quarta-feira, 23 de setembro de 2015

De Volta Pra Casa

    Olá amigos leitores, já faz algum tempo, não é mesmo?! Pois é, estive fora de ação por um período um tanto quanto longo. Já vai fazer três anos! É a vida! Dessa vez não me afastei do kung fu, apenas passei por uma fase de amadurecimento, em vários aspectos da minha preciosa vida! Vamos continuar daqui, como se não tivesse acontecido nada! Aos poucos vamos botar tudo em dia e trabalhar com dedicação. Tem muito a dizer. Muito a compartilhar.
    Nesse hiato em que estive ausente segui treinando com sifu Alexandre até setembro de 2013. Mas acabei encontrando minhas raízes em outra escola. Sigo praticando wing chun e aprofundando as raízes. Nesse tempo eu encontrei pessoas, tive experiências enriquecedoras, fantásticas, sofri um acidente de moto (nada fatal, kkkk) e fiquei mais forte. É, o que não te mata te fortalece!
    No decorrer dos próximos encontros, vou apresentar as esperadas postagens sobre o wing chun, que é o nosso foco, e trazer algumas novidades que não posso deixar no baú. Vamos ver isso muito em breve.
    Marco assim meu modesto retorno e conto com a participação de todos vocês, público fiel e focado do mundo das artes marciais. Um forte abraço e até mais.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Apresentando o WingChun



    Estamos aqui para falar de kung fu e não vamos perder tempo com rodeios. Para entender bem o que significa Wing Chun devemos conhecer sua origem e o significado de alguns termos chineses. O termo kung fu é usado hoje como sinônimo de “arte marcial”, mas literalmente significa “tempo de prática”. A expressão chinesa para “arte marcial” é “wushu”. 
   Mas, então por que a troca? Bem, há muitas lendas envolvendo o kung fu, sua origem, suas características, etc. Uma das prováveis razões é que um chinês, lá nos Estados Unidos, no tempo da ocupação do Oeste, teria derrotado um americano usando estranhos movimentos de uma luta, até então, desconhecida naquela região.  As outras pessoas em volta ficaram impressionadas com a sua técnica e como um homem de estatura pequena pudera derrotar tão facilmente alguém mais alto e mais forte!
    O chinês foi questionado sobre o fato, que estilo era aquele, como se chamava; como ele não falava bem o inglês e ninguém ali falava chinês, houve um certo mal-entendido; ele deve ter pensado que eles queriam saber como ele tinha adquirido aquela fantástica habilidade, e respondeu que só se aprende a lutar assim com muito “tempo de prática”, “kung fu”, em chinês. Alguém teria repetido para confirmar: “Ah, kung fu!” Feita a confusão! A expressão se popularizou pelo ocidente e hoje até na China se diz “Kung Fu”.
    Quanto às modalidades de artes marciais chinesas, há uma grande variedade de estilos de várias épocas e lugares ao longo da história. Muitos estilos se confundem com a própria evolução da civilização chinesa. O Wing Chun, particularmente, surgiu na época da invasão da China pelos manchurianos, tendo sido elaborado a partir da essência de técnicas do templo Shaolin, pela monja Ng Mui (essa é a versão mais comumente aceita).  
    A monja Ng Mui fugira do templo Shaolin, se refugiando em Foshan, para escapar dos manchus, que destruíram o templo. Ali, ela encontrou um a jovem que era frequentemente assediada por um lutador de kung fu que insistia em desposá-la. Para ajudá-la, Ng Mui ensinou-lhe as técnicas do seu estilo refinado de Shaolin. A jovem, então, depois de treinar dedicadamente, desafiou o seu pretendente a um duelo. Se ele a derrotasse ela se casaria com ele sem objeções. Mas se ela o derrotasse, ele a deixaria em paz para sempre!
    Conta a história que a moça derrotou o guerreiro, e ele a deixou em paz. O nome dela? Yim Wing Chun. Daí o nome do nosso estilo (Wing Chun significa literalmente “cantar à primavera”).
    Wing Chun é um a forma altamente desenvolvida de kung fu, pois engloba a essência dos sistemas de Shaolin. Graças a suas formas cuidadosamente desenhadas a jovem Wing Chun foi capaz de vencer um lutador experiente. 
    De lá pra cá o Wing Chun vem se desenvolvendo e aprimorando até os dias de hoje. Depois da fundadora, o grande patriarca da atualidade é o grão-mestre Ip Man. Outros nomes dignos de menção serão apresentados neste blog no momento oportuno. Também vamos analisar a parte técnica do sistema e outros aspectos. Em outras ocasiões discutiremos várias questões, já que o tema é inesgotável.
    Sintam-se à vontade para fazer qualquer comentário que julguem importante.
    Espero que tenham gostado.
                                                                                                                                Evaldo Neto

domingo, 25 de novembro de 2012

O Caminho da Arte Marcial


                                       "Uma jornada de mil léguas começa com o primeiro passo." - Lao Tsé


    Sempre fui apaixonado por arte marcial. Desde pequeno, 7 anos, ou menos, tenho adorado kung fu. Lembro que costumava assistir a série Kung Fu, com David Carradine, não perdia um episódio! Se perdia ficava frustrado, muito frustrado. Eu sentia, mesmo sendo apenas um guri, que havia mais do que chutes e socos naquilo que parecia ser (para a grande maioria) uma simples luta; eu prestava atenção em tudo que Caine dizia; o conteúdo filosófico e mais profundo do kung fu sempre me chamou a atenção. Eu sabia que ali encontraria as respostas a todas as minhas perguntas. O kung fu não era simplesmente uma luta, um conjunto de técnicas de socos e pontapés. E eu já sabia disso! Não endendia bem o estava por trás, mas o filme deixou as pistas, e eu as segui diligentemente. 
    Durante a minha infância eu não pude treinar em uma academia, mas eu podia ler livros e xeretar tudo e todos que pudessem me levar à resposta. Naquela época não havia ainda a internet! (Bah!!!) Eu descobri o Taoísmo, o budismo e o confucionismo com sendo os três pilares da civilização chinesa, e que do Taoísmo vem as bases das artes marciais chinesas (Yin e Yang); o famoso templo Shaolin e as técnicas que imitavam os movimentos dos animais. 
    Depois de adulto, com uns vinte e três anos, eu fui trenar numa academia, na cidade onde moro. Não tinha kung fu, só judô e karatê; eu escolhi judô mas acabei fazendo karatê porque o sensei disse que na turma de judô só tinha criança! Eu peguei o que a casa oferecia! Treinei karatê Shotokan por cinco meses, até a faixa vermelha. 
    Então aconteceu algo que foi determinante para marcar a arte marial na minha alma (como se já não estivesse marcado): um professor de kung fu começava a dar aulas ali! E o sensei me avisou, já que eu tinha ido até lá procurando por kung fu especificamente. Eu migrei na mesma hora, sem pestanejar, sem querer saber quem era o professor nem quanto eram as aulas! Isso é bem importante notar, porque mostra claramente a influência do espírito sobre a razão, uma força quase irracional, ou talvez, completamente irracional, que naquele momento me guiou, como se escolhesse por mim, moldando o meu destino, fazendo daquele cara, o cara que eu sou hoje! Sim, porque a partir daquele instante eu treinaria kung fu Shaolin do Norte por sei longos anos! 
    Com o passar do tempo, o meu professor, na época instrutor, Cleber Dannenberg, se tronou um amigo. Os laços com o kung fu se apertavam. E eu pensei: "Puxa! Finalmente encontrei o que eu estava procurando, há tanto tempo!" Mas a jornada estava apenas começando! 
    Assim é o caminho da arte marcial; é uma busca pessoal que te acompanha por toda a vida; nas fantasias da infância, nos filmes que tu assistes sem piscar; os posters do Bruce Lee, os campeonatos os apoios e abdominais, as dores e as alegrias. Tudo isso compõe os nossos caminhos, que às vezes se cruzam. 
    Neste espaço, vamos compartilhar alegrias, vitórias, tristezas. Aos poucos eu vou contando a minha história (hoje eu pratico Wing Chun!). Tenho muito a dizer e espero poder contribuir significativamente para a jornada de cada um. 
    Nosso ponto de encontro: Wing Chun Blog.   
                                                                                                                                                     Evaldo Neto